Há muitos e muitos anos, em um reino longínquo, um jovem príncipe sofria porque não conseguia se apaixonar. Para amenizar a solidão que assombrava seu coração entristecido, ele passava longas horas caminhando pela floresta.
Certo dia, ele avistou uma casinha que parecia ter saído de um conto de fada.
Ele estava cansado e com sede. Imaginou que uma casinha tão mimosa só poderia pertencer a uma alma caridosa. Ele se aproximou e bateu à porta várias vezes. Ninguém abriu. O príncipe não desistia facilmente. Ele se aproximou da janela, e algo inesperado aconteceu: o seu coração, desejoso de consolar a encantadora jovem que chorava copiosamente, quase saltou do peito. O príncipe, no entanto, não se atreveu a chamá-la. Em vez disso, ele se afastou atordoado, e foi sentar-se à sombra de uma árvore. O amor visitara seu coração, e lhe mostrara a jovem que poderia por um fim àquela solidão tão devastadora.
De repente, a porta da casinha vermelha se abriu, e o príncipe colocou-se em doce expectativa. Decepcionou-se, porém, quando viu uma velha senhora sair e caminhar em sua direção. A velhinha aconselhou: “Afaste-se deste lugar.” O príncipe já havia se levantado e, abandonando a sombra da árvore, perguntou: “A linda jovem é sua neta?” A mulher não respondeu. Virou-se e, antes de entrar na casa e fechar a porta atrás de si, acariciou as flores do pequeno jardim.
O príncipe, sentindo-se confuso, pensou: “Que espécie de magia é essa?!... Como posso estar duplamente apaixonado: por essa senhora e pela jovem que vi a pouco?!” Profundamente emocionado, ele bateu novamente à porta. A mulher idosa reapareceu, contraiu o semblante e preparava-se para dizer algo, mas teve que se calar, porque o príncipe a beijou docemente. Ele ficou extasiado quando abriu os olhos e contemplou o rosto da jovem. Imensamente feliz, ela disse: “Um mago poderosíssimo convidou-me a morar em seu castelo. Eu disse a ele que não o amava e que preferia continuar morando aqui, na minha casinha, até que o meu verdadeiro amor aparecesse. Ele zombou de mim e disse que eu seria bela dentro da casa, mas, quando a deixasse, a minha beleza pareceria ter sido consumida pela passagem do tempo. Você conseguiu enxergar além das aparências, e o feitiço foi quebrado.”
O jovem príncipe sorriu e, sem dizer uma palavra, beijou-a novamente.
Texto - Sisi Marques
http://felizardorealidademagica.com.br
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Arte - Lucia Haddad
Lucia, você e a Sisi estão de parabéns!!!...
ReplyDeleteEu estou surpreso!... Eu me pergunto como uma Arte tão singela e delicada pôde inspirar uma história forte e arrebatadora!... Vocês duas parecem estar sempre em sintonia!... Só espero não decepcioná-las no dia da minha apresentação!...
Um grande abraço!!!...
Lucia,
ReplyDeleteParabéns pelo Blog!
Adorei a apresentação da história. A ilustração ficou perfeita.
Boa sorte! Um abraço.