Wednesday, January 8, 2014

A corujinha que não sabia ler



 Era uma vez uma coruja… Ei, espere um momento… Corujas são inteligentes, não são? Sim, mas essa coruja não parecia muito esperta; pelos menos, não no início.
Juju era uma encantadora corujinha que não sabia ler. Isso era um problema, porque havia cartazes por todos os lados na floresta, e os animaizinhos consultavam Juju, para saber o que diziam aqueles cartazes, e ela mentia. Sim, ela mentia descaradamente. Bem, talvez não mentisse; apenas inventasse para não decepcionar os amigos. Afinal de contas, corujas são ou não são inteligentes?
Felizmente, ninguém se prejudicou com suas mentiras. E ela também, dependendo do lugar onde o cartaz havia sido colocado, tinha boa intuição para imaginar o que ele dizia. Mas e se um dia a sua intuição falhasse? E se um dia as suas mentiras levassem à perda de um animalzinho da floresta? Não, isso não poderia acontecer; porque, se acontecesse, ela jamais se perdoaria. Então, para evitar o pior, Juju resolveu aprender a ler. Mas como?… Assistindo às aulas da escola da cidade. Do lado de fora, é claro, mais precisamente, pousada no peitoril da janela. E as crianças, todos os dias, deliciavam-se ao ver a corujinha com os olhos colados nas explicações da lousa. Com o tempo, pararam de notá-la; mas Juju continuava ali, firme e interessada em aprender.
A corujinha provou ser muito inteligente. Fez mais do que aprender. Começou a lecionar e escreveu uma cartilha que apresentava primeiro as letras do alfabeto; depois, relacionava cada letra a um serzinho da floresta, para que todos pudessem memorizar as letras com mais facilidade.
Quando digo seres da floresta, naturalmente, também estão incluídos os elfos, os gnomos, os duendes, as fadas e por que não a curiosa bruxa? Todos quiseram aprender. E aprenderam. Depois de juntar as letras para formar as palavras, começaram a juntar as palavras para formar as frases. Mas a corujinha, ao perceber que os dizeres pareciam mortos, acrescentou na cartilha um capítulo todinho sobre pontuação. Foi aí que tudo ganhou vida e começou a fazer sentido.
Não demorou muito para que todos na floresta começassem a se sentir mais tranquilos e seguros, porque agora conseguiam ler os cartazes de avisos. E também, com o passar do tempo, sentiram-se até mais felizes, porque começaram a registrar, através da escrita, as ideias e histórias maravilhosas que lhes visitavam a imaginação.
E a corujinha Juju, além de se sentir aliviada por não precisar mais mentir, viu o seu esforço recompensado; mais do que isso, sentiu o coraçãozinho estremecer no peito ao receber um poema escrito, com todo o amor, pelo Dr. Corujão.

Arte - Ketlyn Mayla

8 comentários:

  1. Parabéns, Ketlyn!!!...
    Continue acreditando no seu talento e no seu poder de realização.
    Adoro você! Beijos

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  2. A Sisi tem razão Ketlyn, vc é muito talentosa! Parabéns!!

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  3. Ai que história bem fofa ♥
    Que bom que em vez de continuar inventando ela foi atrás e aprendeu mesmo a ler... no fim o esforço e a curiosidade compensaram. Ou seja, a coruja sempre foi inteligente, só precisava de um pouco de dedicação para aflorar ainda mais seus dotes. Beijos!!

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    1. É verdade, Fernanda! Ela precisava de um incentivo! Eu adoro essa história de Sisi Marques! Agradeço o seu comentário. Bjs

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  4. Replies
    1. Eh verdade Jane! A corujinha eh fofa mesmo! Agradecemos o seu carinho!

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  5. Obrigada Sisi <3 gosthu muito de você!!..
    Obrigada Lúcia :D gosthu muito do seu blog!!..

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  6. Ketlyn,
    Somos nós que lhe agradecemos por sua preciosa colaboração.
    Também adoramos você, e lhe desejamos muito sucesso!!!
    Beijos

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