Monday, October 27, 2014

Contos de Bruxa - Parte 1


Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!… Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!… O que foi, garotinho?!… Ficou com medo?!… Pois vou lhe dizer uma coisa: se sentiu medo, feche já esse livro porque ele não é para você. Sou uma bruxa; e piores do que histórias que falam de bruxas, são histórias contadas por bruxas. Nós o-di-a-mos finais felizes! Tem certeza de que ainda quer continuar lendo?!… Ouça bem, garotinho: se decidi escrever, foi só para quebrar um pouco a rotina; pensa que não cansa ficar com o umbigo colado naquele caldeirão, fazendo poções mágicas o dia todo?! Não, que não funcionem!… Funcionam que é uma beleza!… A última que preparei transformou uma barata em uma princesa, que se casou com um príncipe vaidoso e arrogante. Imagine só: ele certo de que ela saiu de algum conto de fada perdido no tempo; e, na verdade, encontrei-a dentro de uma das gavetas do gabinete da pia!
Ah! Ah! Ah!… Contos de fada!… Jamais conheci tolice maior! Contos de bruxa seriam muito mais divertidos! Felizmente esse lenga-lenga de príncipe e princesa já está em processo de extinção. Agora o mundo está para nós: valores morrendo; a aquisição de bens roubando o lugar dos sonhos; presentes subornando criancinhas e substituindo carinho… Quem precisa de amor?… Assunto mais careta!… O mundo está pra nós!
Que chuvinha boa!… Com esses trovões, conseguirei a inspiração que preciso. Você tem medo de relâmpagos e trovões?!… Bobagem!… Aposto que você também tem medo do escuro!… Eu não. Já visitei até caverna de dragão em plena madrugada!… Vou lhe contar a história toda: Possuo três corvinhos da sorte; não faço uma única poção se os três não estiverem por perto. Certa vez, contei-os: um, dois… cadê o terceiro?! Os outros dois disseram que o infeliz, curioso como era, disse que havia de conhecer o misterioso dragão que se escondera na caverna depois da floresta, nem que para isso tivesse que virar churrasco.
Churrasquinho de corvo!?… Imagine só que petisco saboroso para um dragão faminto!… Eu não poderia permitir que algo tão terrível assim acontecesse!… Ora, não com o meu corvinho da sorte! Larguei tudo… Apaguei o fogo do caldeirão… Apanhei minha vassoura mágica e voei em disparada, alcançando a toca do dragão antes que o malvado tivesse devorado meu bichinho. Aquele serzinho repugnante já o havia amarrado no espeto e preparava-se para cozinhá-lo em seu bafo quente!… Odeio dragões! São os animaizinhos mais asquerosos e prepotentes que existem… Além de preguiçosos!…
Para poder livrar meu corvinho, tive que prometer que cozinharia durante um mês para aquele monstro de apetite insaciável! Mas foi aí que pude me vingar, porque toda vez que eu preparava a comida, eu adicionava uma pequena dose de uma poção redutora. Imagine a que tamanho o bichinho ficou reduzido… Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!… Ficou menor do que um camundongo. Bem feito!  Ele é que acabou servindo de refeição para o meu corvinho!
                                                                
  Sisi Marques
Arte
Lucia Haddad

2 comentários:

  1. Uma história linda e bem escrita. boa para ler e contar! Adorei! bjs, tudo de bom,chica

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    1. Verdade, Chica!! Adoro esses tipos de contos! E a Sisi eh uma excelente escritora!

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