Thursday, March 20, 2014

O Coelhinho Adalberto



Marina era uma garotinha que gostava muito de seu coelhinho Adalberto. Faltavam dois dias para a Páscoa quando ela teve um sonho: Um coelho enorme apareceu e disse que o Coelho da Páscoa havia solicitado que Adalberto o substituísse. Sem explicar o motivo do pedido, o coelho acrescentou: “Adalberto precisa cumprir a missão especial que sempre é atribuída ao Coelho da Páscoa nesta época do ano: ele terá que transportar uma urna gigantesca até o céu. Não fique me olhando com essa cara de ponto de interrogação!... Leia este bilhete que está tudo aí, muito bem explicado.” Após entregar a Marina uma folha de papel, cuidadosamente dobrada, o coelho desapareceu. O bilhete dizia:
“O meu nome é Eduardo. Sou um duende, secretário do Coelho da Páscoa. Duendes também têm sonhos, e há algo que preciso lhe explicar: Os sonhos, quando começam a germinar, assemelham-se a pequeninos ovos alados. Se os cultivarmos, eles crescem e nos conduzem em seu voo. Se, por outro lado, nos descuidarmos deles, eles nos abandonam. Ciente disso, o Coelho da Páscoa costuma ajudar-nos a preservar os nossos sonhos, acondicionando-os em uma urna que se assemelha a um ovo gigante. Se adquirirmos maturidade para cuidar dos nossos sonhos antes da Páscoa, ele abre cuidadosamente a urna e os reenvia em nossa direção. Se, em vez disso, a Páscoa chegar, e ainda não tivermos assumido o compromisso de fortalecer os nossos sonhos, para evitar que eles morram, o Coelho da Páscoa os leva, dentro da urna, para o céu. Durante a Páscoa, os Anjinhos cantam no céu, e o seu canto produz uma chuva fina e esverdeada, que é conhecida como a Chuva da Esperança. Essa chuva banha os sonhos e os renova, para que eles possam ser devolvidos à urna e reenviados a quem os concebeu.”
O bilhete terminava aí. E, no mesmo instante em que Marina acabou de ler o bilhete, ela acordou e ficou muito triste quando compreendeu que não havia sido apenas um sonho: o seu coelhinho desaparecera. Adalberto certamente partira para cumprir a importante tarefa que o Coelho da Páscoa lhe confiara.
Marina não se enganara. Adalberto aceitou a missão com galhardia. Mas, apesar da coragem e determinação do nobre coelhinho, a urna em forma de ovo era muito pesada, e ele não conseguia levá-la até o céu. Adalberto voava sem ter asas, e houve um momento em que ele pensou: “Se eu não soltar a urna, cairei certamente. Se eu soltar a urna, ela se espatifará no chão. Mas, se eu não soltá-la, terei que dizer adeus a esta vida!...”
E duas ordens opostas começaram a ecoar na mente e no coração de Adalberto: “Solte a urna!... Não, não solte!... Solte a urna!... Não, não solte!... Solte a urna!... Não, não solte!...”
Adalberto fechou os olhos e permaneceu agarrado à urna. Para sua surpresa, ela se tornou leve. Quando ele abriu os olhos novamente, alegrou-se ao avistar os Anjinhos que cantariam para renovar os sonhos. Um deles disse: “Você já pode retornar. Marina está triste e sofre muito com a sua ausência. O Coelho da Páscoa pediu a sua ajuda, porque precisava saber se você estaria pronto para ocupar o lugar dele quando chegasse o momento. É isso mesmo, Adalberto, pode se alegrar, porque você, daqui a alguns anos, será o Coelho da Páscoa.”
Adalberto sorriu satisfeito. Seguindo a orientação do mesmo Anjo, ele fechou os olhos e, quando tornou a abri-los, já era o alvo do olhar carinhoso de Marina, que correu para aconchegá-lo em seus braços.

Sisi Marques
 
Lucia Haddad
Arte
 
 


2 comentários:

  1. Boa noite, Lucia!
    Adorei a aparência do Adalberto! Ele é lindo e parece muito responsável também.
    Parabéns pelo capricho!!! Beijos

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  2. Eu acredito que as historias de Pascoa encantam tanto adultos como criancas!!! Essa esta especial! bjs e obrigada pelo carinho

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