Marina era uma garotinha que
gostava muito de seu coelhinho Adalberto. Faltavam dois dias para a Páscoa
quando ela teve um sonho: Um coelho enorme apareceu e disse que o Coelho da
Páscoa havia solicitado que Adalberto o substituísse. Sem explicar o motivo do
pedido, o coelho acrescentou: “Adalberto precisa cumprir a missão especial que
sempre é atribuída ao Coelho da Páscoa nesta época do ano: ele terá que
transportar uma urna gigantesca até o céu. Não fique me olhando com essa cara
de ponto de interrogação!... Leia este bilhete que está tudo aí, muito bem
explicado.” Após entregar a Marina uma folha de papel, cuidadosamente dobrada,
o coelho desapareceu. O bilhete dizia:
“O meu nome é Eduardo. Sou um
duende, secretário do Coelho da Páscoa. Duendes também têm sonhos, e há algo
que preciso lhe explicar: Os sonhos, quando começam a germinar, assemelham-se a
pequeninos ovos alados. Se os cultivarmos, eles crescem e nos conduzem em seu
voo. Se, por outro lado, nos descuidarmos deles, eles nos abandonam. Ciente
disso, o Coelho da Páscoa costuma ajudar-nos a preservar os nossos sonhos,
acondicionando-os em uma urna que se assemelha a um ovo gigante. Se adquirirmos
maturidade para cuidar dos nossos sonhos antes da Páscoa, ele abre
cuidadosamente a urna e os reenvia em nossa direção. Se, em vez disso, a Páscoa
chegar, e ainda não tivermos assumido o compromisso de fortalecer os nossos
sonhos, para evitar que eles morram, o Coelho da Páscoa os leva, dentro da
urna, para o céu. Durante a Páscoa, os Anjinhos cantam no céu, e o seu canto
produz uma chuva fina e esverdeada, que é conhecida como a Chuva da Esperança.
Essa chuva banha os sonhos e os renova, para que eles possam ser devolvidos à
urna e reenviados a quem os concebeu.”
O bilhete terminava aí. E, no
mesmo instante em que Marina acabou de ler o bilhete, ela acordou e ficou muito
triste quando compreendeu que não havia sido apenas um sonho: o seu coelhinho
desaparecera. Adalberto certamente partira para cumprir a importante tarefa que
o Coelho da Páscoa lhe confiara.
Marina não se enganara. Adalberto
aceitou a missão com galhardia. Mas, apesar da coragem e determinação do nobre
coelhinho, a urna em forma de ovo era muito pesada, e ele não conseguia levá-la
até o céu. Adalberto voava sem ter asas, e houve um momento em que ele pensou:
“Se eu não soltar a urna, cairei certamente. Se eu soltar a urna, ela se
espatifará no chão. Mas, se eu não soltá-la, terei que dizer adeus a esta vida!...”
E duas ordens opostas começaram a
ecoar na mente e no coração de Adalberto: “Solte a urna!... Não, não solte!...
Solte a urna!... Não, não solte!... Solte a urna!... Não, não solte!...”
Adalberto fechou os olhos e
permaneceu agarrado à urna. Para sua surpresa, ela se tornou leve. Quando ele abriu
os olhos novamente, alegrou-se ao avistar os Anjinhos que cantariam para renovar
os sonhos. Um deles disse: “Você já pode retornar. Marina está triste e sofre muito
com a sua ausência. O Coelho da Páscoa pediu a sua ajuda, porque precisava saber
se você estaria pronto para ocupar o lugar dele quando chegasse o momento. É isso
mesmo, Adalberto, pode se alegrar, porque você, daqui a alguns anos, será o Coelho
da Páscoa.”
Adalberto sorriu satisfeito. Seguindo
a orientação do mesmo Anjo, ele fechou os olhos e, quando tornou a abri-los, já
era o alvo do olhar carinhoso de Marina, que correu para aconchegá-lo em seus braços.
Sisi Marques
Lucia Haddad
Arte
Boa noite, Lucia!
ReplyDeleteAdorei a aparência do Adalberto! Ele é lindo e parece muito responsável também.
Parabéns pelo capricho!!! Beijos
Eu acredito que as historias de Pascoa encantam tanto adultos como criancas!!! Essa esta especial! bjs e obrigada pelo carinho
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